Folha de Londrina – Vítor Ogawa e Micaela Orikasa – Reportagem Local
A FOLHA percorreu a cidade nesta manhã para verificar os danos provocados pela chuvarada da tarde de quarta-feira (17). Muitos serviços seguem inoperantes, prejudicando o trânsito e os atendimentos em escolas e na área da saúde. Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol (zona oeste), no PAI (Pronto Atendimento Infantil) e Maternidade Lucilla Ballalai (centro), os funcionários estão sem sistema e todo atendimento está sendo realizado manualmente. Saulo Ohara/Grupo Folha O SAMU também está com o atendimento prejudicado pela falta de sistema. O problema é que a base de dados, que fica na Biblioteca Pública Municipal Parigot de Souza foi atingida. Não tem como fazer previsão do prazo de atendimento, pois as equipes estão utilizando fichas manuscritas. Muitos semáforos estão sem funcionar, como no do cruzamento da avenida do Sol com a avenida Brasília (zona oeste), aumentando os riscos de acidentes, já que os motoristas se aventuram a atravessar o ponto em meio ao trânsito intenso. Saulo Ohara/Grupo FolhaNa avenida Francisco Gabriel Arruda (zona norte), várias árvores permanecem caídas. Uma delas atingiu o telhado da Escola Moacyr Camargo Martins. A diretora Viviane M. Yano conta que a estrutura cedeu, comprometendo a cozinha e a biblioteca. “Começou uma chuva forte com vento e corremos para colocar as crianças na sala, pois elas estavam no recreio. As aulas estão suspensas hoje porque alguns galhos ainda estão com risco de queda”, comenta. Ainda na zona norte, região onde o temporal causou muitos estragos, um posto de combustíveis localizado na avenida Winston Churchill segue interditado porque a cobertura foi arrancada pelo vendaval e atingiu uma caminhonete. Nas imediações, muitas casas foram destalhadas. Um dos bairros mais prejudicados foi o Nova Olinda, onde grande parte das residências sofreram danos. Agora pela manhã uma empresa terceirizada interditou parcialmente a avenida Saul Elkind para substituir um poste que caiu na altura do conjunto habitacional José Giordano. Na Associação Flávia Cristina, que atende crianças e pessoas com deficiência, as salas de aula foram alagadas e as crianças tiveram que ser transferidas para outro espaço no momento do temporal. O telhado também foi danificado e até o início desta manhã, o local continua sem energia elétrica. “A energia foi desligada porque caiu um fio de alta tensão e ficou perigoso. Todo mundo ficou em pânico porque a chuva veio com muita intensidade. Estamos preocupados também porque temos merenda no freezer e se a energia não voltar em algumas horas, corremos o risco de perder. Vamos ter que nos mobilizar para isso não acontecer”, diz a vice-diretora Conceição Aparecida Santos Lopes. No final da tarde de ontem, a Copel informou que a chuva provocou o desligamento a pelo menos 18 circuitos, deixando mais de 70 mil domicílios sem energia elétrica. A empresa orienta a população a manter distância de fios caídos ou outras situações de risco. Na manhã de hoje aproximadamente sete mil domicílios ainda estavam sem luz. A companhia convocou reforços de Paranavaí, Campo Mourão, Centenário do Sul, Apucarana, Ivaiporã, Cornélio Procópio, Maringá, Cascavel e Curitiba. Ao todo foram registrados 31 postes quebrados, muitos pontos com cabo rompidos. A maioria por conta de árvores sobre a rede. A falta de luz pode ser comunicada à Copel pelo 0800 51 00 116 ou através do aplicativo Copel Mobile. A Sercomtel informa que devido à chuva e aos fortes ventos que atingiram a cidade na tarde de ontem, até essa manhã, 12 mil clientes já tiveram os serviços de internet banda larga restabelecidos. Outros 8 mil ainda aguardam o retorno devido à falta de energia nas residências/ empresas ou problemas na rede. Cerca de 2 mil telefones fixos ainda estão sem serviços. Todo o quadro técnico de empregados da operadora foi acionado desde quarta-feira e estão trabalhando para normalizar a rede em menor tempo possível.