SONHO SEGURO – 20/04/2023 10:03 – POR DENISE BUENO
O presidente do Conselho Diretor da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Roberto Santos, destacou, nesta quinta-feira (20), durante o Lide Brazil Conference 2023, realizado em Londres, que a indústria de seguros quer ser uma aliada no processo de desenvolvimento do país. “O papel do seguro não é apenas indenizar ocorrências e imprevistos, ainda que esta seja a nossa principal referência, com números muito significativos”, ressaltou.
Para a melhoria do ambiente de negócios e do crescimento da economia no Brasil, o executivo da CNseg engrossou o coro do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pediu queda da taxa básica de juros ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que estava na plateia. Segundo ele, a saída do quadro atual de comprometimento do potencial de crescimento da economia brasileira, rumo a um ciclo virtuoso de desenvolvimento, passa também pela reforma do sistema tributário.
“Aponto aspectos importantes sobre os quais devemos refletir e trabalhar conjuntamente, uma vez que uma jornada de desenvolvimento sustentável é, sem dúvida, o desejo de todos nós. É fundamental promover uma virada de 180 graus e assegurar a inserção da economia brasileira no novo fluxo global de comércio, marcado pelo uso intensivo de novas tecnologias”, explicou Santos.
O mercado de seguros é formador de poupança nacional, com ativos na ordem de 1,8 trilhão de reais, e tem, por exemplo, uma função estratégica no agronegócio, que é responsável por aproximadamente 25% do PIB brasileiro. “O setor (de seguros) tem o dinamismo em seu DNA e, com seu perfil multifacetado, tem potencial para atuar em frentes diversas, alavancando, em todas elas, contribuições modernas, realmente efetivas, em favor da aceleração do crescimento econômico e da definição de um novo momento para o país”, ressaltou Santos.
Presente no debate, Luiz Fernando Furlan, Chairman do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), questionou sobre como o mercado de seguros do Brasil está se preparando para os impactos climáticos. O empresário citou o fenômeno ocorrido nos Estados Unidos da não renovação de apólices de seguro Residencial e da elevação dos preços na escala de 50% por conta de furacões e ciclones. Roberto Santos tranquilizou os presentes, citando que o setor de seguros do país não chegou a recusar riscos por conta de questões climáticas, mesmo que estas mudanças tenham afetado o mercado.
“Em alguns tipos de seguro, tivemos, sim, impactos elevados de dois dígitos, mas não especificamente por questões climáticas. O seguro de automóvel, por exemplo, foi muito afetado pela rápida evolução do valor dos veículos, mas não foi por conta de questões climáticas, apesar do seguro automotivo ter sido afetado pelas enchentes”, explica. O executivo explica ainda que as seguradoras atuam com modelos de precificação muito avançados, não utilizando apenas a ciência atuarial, mas também a inteligência artificial para precificar.