JRS – vozcomunicacao – 17 horas atrás
No Norte e Nordeste (exceto Bahia, Sergipe e Tocantins), crescimento foi de 6,8%, impulsionado pelos produtos destinados a Danos e Responsabilidades
De acordo com dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o setor de seguros – exceto DPVAT e Seguro Saúde – registrou em 2023, no Brasil, um crescimento total de 9%. O montante arrecadado ultrapassou a marca dos R$380 bilhões. Já na região sindical que abrange os 13 estados de responsabilidade do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne), o crescimento total foi de 6,8%, com arrecadação de mais de R$34 milhões, tendo como destaque na arrecadação o Maranhão (12,7%), o Pará (15,1%) e Rondônia (10,1%).
No total, o mercado segurador brasileiro retornou para a sociedade, em pagamento de indenizações, benefícios, resgates e sorteios, mais de R$225 bilhões, representando um crescimento de 2,5% em relação a 2022. Na região Norte e Nordeste (exceto Bahia, Sergipe e Tocantins), foram pagos mais de R$8 bilhões pelo setor, com alta de 3,3%, acima da média nacional.
Segundo Ronaldo Dalcin, presidente do Sindsegnne, o resultado positivo de 2023 foi impulsionado, principalmente, pelos produtos destinados a Danos e Responsabilidades. “Os ramos de destaque nos estados sob nossa gestão, apresentando crescimento superior à média nacional, foram Seguro de Crédito e Garantia, com 26% de crescimento e uma arrecadação de R$402,1 milhões em 2023. Apenas os estados do Amazonas e Pará foram responsáveis pelo faturamento de R$172,5 milhões, que correspondeu a 42,9% da produção de toda a região sindical”, aponta.
De acordo com o presidente, o Seguro Rural teve uma evolução de 23,7%, o que equivale a R$711,3 milhões. Os estados do Maranhão, Pará e Rondônia emitiram 77,4% de todo o volume da região sindical (R$550,5 milhões). “O Seguro de Responsabilidade Civil se desenvolveu 18% a mais que em 2022, somando R$165,6 milhões, e a concentração maior deste montante – 67,1% – está distribuída nos estados da região Nordeste que fazem parte do Sindsegnne”, afirma.
Segundo Ronaldo Dalcin, o Seguro de Crédito e Garantia é geralmente contratado para garantir as licitações e contratações da administração pública, e o número recorde de editais de parcerias público-privadas apoiou o crescimento desse ramo em 2023. “Com o novo PAC, aprovado em agosto do ano passado, nossa expectativa é que ele siga em trajetória de crescimento”, analisa.
Já o Seguro Rural, de acordo com o executivo, foi estimulado, entre outros fatores, pela iminência da perda da safra em função das mudanças climáticas, que vêm gerando secas mais severas e volumes de chuvas cada vez maiores e mais frequentes. “Como o aquecimento global, infelizmente, segue em evolução, provavelmente os agricultores recorrerão cada vez mais à contratação dos seguros para se protegerem”, aponta.
O executivo ainda analisa que o crescimento dos Seguros de Responsabilidade Civil foi impulsionado pela contratação do RC profissional, traduzindo uma maior conscientização pelos profissionais liberais das mais diversas áreas em busca de uma proteção para sua atividade.
O Seguro de Vida também seguiu em trajetória de ascensão em 2023, com alta de 12,4%, totalizando R$2,57 bilhões arrecadados. “Os estados de Ceará e Pernambuco concentraram R$1,14 bilhões dessa arrecadação, o que representa 44,4% de toda a região abrangida pelo sindicato. O movimento ascendente do produto é observado principalmente nos últimos três anos. Atribuímos esse crescimento significativo ao impacto da pandemia, que despertou uma conscientização maior sobre a importância da proteção financeira em situações inesperadas”, afirma Ronaldo.
Para o ano de 2024, o executivo acredita que o mercado de seguros se mantenha com percentuais de crescimento acima do PIB nacional, demonstrando todo o potencial do setor em contribuir para a evolução da economia brasileira. “O mercado de seguros ainda tem bastante espaço para avançar no Brasil e a nossa região está repleta de oportunidades. Nossa expectativa é continuar crescendo, em grande parte amparados pelas ações do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS), iniciativa da CNseg”, prevê.
O PDMS tem como meta alcançar três objetivos até 2030: 1) promover a adesão aos produtos do mercado de seguros, capitalização, previdência e saúde suplementar pela sociedade em 20%; 2) elevar o pagamento de indenizações, benefícios, sorteios, resgates e despesas médicas e odontológicas para 6,5% do PIB e 3) aumentar a arrecadação no mesmo indicador em 10% até 2030. Em 12 meses de criação, o plano que contempla 65 iniciativas e coloca o consumidor no centro da estratégia, já contabilizou 11% das ações concluídas e 60% em andamento. De acordo com a CNSeg, as outras 29% ações restantes serão contempladas ao longo dos próximos anos.