O setor segurador entende que já vivemos uma urgência climática e por isso toda a sociedade global precisa agir imediatamente na mitigação dos riscos. Dentro dessa nova realidade, as seguradoras têm papel relevante na gestão de riscos e no financiamento nos projetos de transição, disse o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, no evento “Pré-COP29: O papel da Indústria na Agenda de Clima”, da Confederação Nacional da Indústria.
O encontro, em São Paulo, abriu os debates que serão levados para a COP 29, em Baku, no Azerbaijão, pelo setor produtivo brasileiro. A CNseg fará parte do grupo de coalizão brasileira que levará propostas para a transição climática no país ao lado da CNI, da Anfavea e outras entidades.
“O setor de seguro pode ser grande investidor da transição climática. Do total de US$ 6 trilhões que se estima que serão necessários para financiar projetos de desenvolvimento sustentável, parte importante pode vir das seguradoras e resseguradoras globalmente”, explica o executivo da CNseg.
O mercado segurador tem papel fundamental na discussão de resiliência tanto no processo de gestão de riscos quanto na proteção das famílias e negócios. “Esse nosso conhecimento pode fazer diferença. A nossa indústria vive de avaliar, precificar e gerenciar riscos e forma de minimizá-los”.
Em 10 anos, o Brasil registrou R$ 320 bilhões em perdas relacionadas à incidentes climáticos e apenas 5% dessa perda tinha cobertura securitária. No caso mais recente, no Rio Grande do Sul, os prejuízos previstos com as enchentes somam R$ 100 bilhões. Já as indenizações das seguradoras chegam a R$ 6 bi, valor muito baixo, refletindo assim a baixa cobertura de seguros no estado.
Seguros para infraestrutura urbana e Seguro Social de Catástrofe são alguns dos projetos que o setor têm defendido junto ao Executivo e Legislativo para mitigar os efeitos da emergência climática n Brasil. “A CNseg tem se empenhado enorme para comunicar e apresentar soluções da relevância do seguro neste debate”, concluiu Dyogo.