Quem vê a movimentação de colheitadeiras nas lavouras que margeiam as rodovias de Mato Grosso do Sul não imagina que, em breve, nada menos que 297 mil caminhões deverão escoar toda a produção de soja que hoje cobre os campos. É a colheita oficial da safra de verão 2021/2022 que começou na semana passada e conta com 2,8% da área colhida que totaliza 3,7 milhões de hectares cultivados neste ano.
Levantamento da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) aponta que a maioria da safra de soja será escoada pelas rodovias: 53% deste volume deverá seguir para o porto de Paranaguá, 45% para o Porto de Santos e apenas 2% pela hidrovia.
“O volume que será transportado pela hidrovia ainda deve ser baixo diante do calado reduzido. O nível do rio melhorou bem, mas ainda está, historicamente abaixo do normal”, acrescenta o secretário Jaime Verruck, titular da pasta. Mesmo assim, a navegação já está ocorrendo de forma mais natural respeitando o limite da hidrovia.
Condições das lavouras
Nesta semana, técnicos do Siga/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio de MS), coordenado pela Semagro em parceria com a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja) e Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária), fecharam um novo relatório sobre as condições das lavouras de soja. O boletim também traz informações climáticas catalogadas pelo Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima).
Os dados não tiveram mudanças muito significativas em termos de perdas, e mostram que a previsão de produção total da soja se mantém em 11,4 milhões de toneladas. A média de rendimento estimada que era de 56 sacas por hectare caiu para 50 sc/ha. No caso de Mato Grosso do Sul, a atividade regional possui boas condições em 33% de suas lavouras – 36% em estado regular e 31% ruim.