EXCLUSIVO – A edição 2024 do Insurtech Brasil contou com a participação de quase mil pessoas, que assistiram palestras sobre tecnologia em seguros, além da feira de negócios que contou com vários prestadores de serviço como expositores.

A grande novidade foi anunciada pela diretora da Superintendência de Seguros Privados – Susep, Julia Lins. Ela revelou que o novo edital do Sandbox Regulatório será lançado ainda em julho. “Desejamos, através do próprio Sandbox incentivar comportamentos por parte das seguradoras. Por isso, estamos trazendo duas temáticas que centralizam a estratégia do programa: a inovação tecnológica e a sustentabilidade”. Ela acrescentou que o edital passará a ter fluxo contínuo, permitindo que as empresas submetam projetos inovadores ao longo do tempo.

Entre os participantes, houve consenso quanto à importância do encontro para o desenvolvimento do mercado segurador. “Estar em um dos principais eventos de inovação e tecnologia em seguros do país é uma grande oportunidade de reforçar nossa proximidade com o segmento e direcionar, com nossa expertise, temas fundamentais para o futuro do mercado como, por exemplo, o impacto de dados de crédito na era do seguro digital e como mitigar fraudes em processos de reembolso em seguros de saúde”, disse Roberto Ciccone, CRO e Vice-Presidente Comercial da TransUnion Brasil.

O vice-presidente comercial da TransUnion, Roberto Ciccone, destacou que as seguradoras estão mais preocupadas com os seus dados, que já utilizavam para subscrever riscos. “Vemos o crescimento grande de fraudes, em saúde, em bancos digitais etc. A IA não contribui para o aumento da fraude, mas o mundo digital certamente potencializou o acesso às fraudes”.

O executivo citou duas tendências para o mercado de seguros: a hiperpersonalização. “Temos que endereçar o dado no momento em que o cliente necessita, porque ele quer instantaneidade, proteção para os riscos, para a família etc”. A segunda, continuou Ciccone, é a concorrência mais complexa, de várias seguradoras, neosseguradoras, big techs, por um cliente que quer mais personalização. “As que têm alta utlização digital tem que passar para o Data Driven, para saber o que o cliente deseja, com uso intensivo de dados para modelar a expectativa de vida ou dados de risco de saúde dos clientes”, comentou Ciccone.

Pedro Farme, CEO da Guy Carpenter, avaliou que o evento climático do Rio Grande do Sul foi o mais disruptivo do setor. “A perda do seguro deve ficar em 10% das perdas econômicas. A média global é de 60% de perdas seguradas para perdas econômicas. As seguradoras não tinham noções das suas exposições reais. A maioria não tinha este tipo de conhecimento real time. Não havia demanda, mas agora esperamos chegar mais perto de mercado de exposição catastrófico”. Já há insurtech especializada em controle de volume pluviométrico, seja voltado para o agronegócio ou para produtos de varejo.

José Prado, idealizador e realizador do Insurtech Brasil, antecipou que o mercado está buscando formas de fazer crescer o seu bolo, ao invés de continuar na política do rouba montes.