Notícias | 10 de junho de 2024 | Fonte: CQCS | Adriane Sacramento
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou a insurtech Iza a deixar o “sandbox” regulatório para começar a operar como um seguradora independente, segundo informações do Valor Econômico desta segunda-feira, 10. Em duas edições do programa, a autarquia selecionou 32 projetos, que terão até três anos para atuar com menor custo regulatório e felicidade para inovar. Duas participantes já obtiveram a licença definitiva, sendo elas a Pier e Darwin.
Em 2020, a Iza foi aprovada para a primeira edição do sandbox e passou a operar em abril do ano seguinte. De acordo com o jornal, a princípio, o foco eram os entregadores das empresas de delivery, considerando um total de 45 milhões de trabalhadores autônomos no país sem proteção securitária. Em janeiro, com a edição da Lei 1.665, foi observado um aumento do número de contratações, uma vez que passou a ser obrigatório que essas companhias oferecessem cobertura aos prestadores de serviços ou funcionários.
Segundo o Valor, no primeiro ano de operação, a receita da Iza foi de R$ 78 mil; no segundo, alcançou R$ 1,7 milhão; no terceiro, R$ 6 milhões. A expectativa é de triplicar esse valor.
De acordo o fundador da Iza, Gabriel de Ségur, em entrevista ao Valor, a insurtech trabalha com o mesmo produto de acidentes pessoais aprovado pela Susep e foi possível atingir mais de 500 mil pessoas físicas. Ao todo, o produto da companhia é 4 em 1: são quatro coberturas tradicionais para despesas médicas e odontológicas, diárias de incapacidade temporária e permanente, morte por acidente e assistência funeral.
É a Iza a responsável pelas despesas hospitalares, quando necessário, diminuindo as chances de fraudes. Trabalha ainda com a proteção no formato “liga e desliga” ou intermitente, isto é, por um dia, por algumas horas, durante uma entrega ou prestação de serviços.
A insurtech expandiu ainda a oferta de seguros para motoristas autônomos e seus passageiros. Além disso, a empresa engatou uma parceria com a Mary Help, a plataforma de serviços domésticos que conecta profissionais de limpeza, lavanderia, passadeira, entre outros, a clientes.
Ao Valor, Ségur disse que os investidores originais estão animados com a saída do programa e que já existem “conversas interessantes com fundos locais e internacionais para investimentos significativos”. A empresa, até o momento, possui investidores anjos não oriundos da indústria de seguros.
Ainda de acordo com o jornal, a Susep pretende lançar uma terceira edição do sandbox e envolver no projeto entidades fomentadoras de crédito, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O objetivo é levantar recursos para os participantes ou empresas que desenvolvem tecnologia para as insurtechs. Ainda não há definição de data.