Notícias | 1 de abril de 2022 | Fonte: CQCS
Reportagem do Valor Econômico publicada na última quinta-feira, 31, indica uma grande oportunidade de negócios para os Corretores de Seguros. Trata-se da comercialização de seguros para veículos usados, com coberturas mais flexíveis e preços diferenciados, modalidade cujas vendas vêm crescendo rapidamente em decorrência da falta de carros novos no mercado.
As seguradoras já enxergaram nesse gap da indústria automobilística, causado pela pandemia, um alvo para rentabilizar seus negócios na carteira de veículos que, após andar de lado em 2020, cresceu 8,8% no ano passado e deve manter esse ritmo de crescimento em 2022.
Entrevistado pelo jornal, o presidente da comissão de seguro auto da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Marcelo Sebastião, projetou um avanço entre 5% e 8% este ano.
Mirando para veículos usados, com dez anos ou mais, as companhias disponibilizam para os clientes desde cancelamento imediato da apólice, parcelamento em 12 meses, opções de escolha de serviços e uso de tecnologia para otimizar a localização de peças e reparos.
A aposta é alta mesmo no atual cenário de guerra e aumento do combustível.
A Tokio Marine, por exemplo, lançou o “Auto Econômico”, até 30% mais barato que o tradicional, com possibilidade de cancelar a contratação a qualquer momento e ainda receber de volta o valor proporcional ao período não utilizado. O pagamento pode ser feito em até 12 vezes no cartão, diz o diretor-executivo de produtos massificados da Tokio Marine, Marcelo Goldman.
Já a Bradesco Seguros registrou crescimento de dois pontos percentuais na emissão de seguros para carros usados no primeiro bimestre do ano. A seguradora havia lançado em novembro de 2021 o seguro “Auto Light Rede Referenciada”, com um custo mais acessível, contratação flexível e opções de assistência dia e noite de guincho, vidros, martelinho, reparo rápido, entre outros serviços. “Entre dezembro de 2021 e fevereiro, tivemos alta de 105% em prêmios, confirmando o sucesso do produto”, afirma o diretor da Bradesco, Saint’Clair Lima.
Igualmente atenta à nova oportunidade, a Porto Seguro lançou o “Bllu”, um seguro por assinatura com rede restrita de oficinas e peças compatíveis para o reparo de veículos. “Esse formato propicia flexibilidade na contratação e custo mais acessível, contribuindo com a inclusão securitária”, explica o diretor-executivo de auto da Porto Seguro, Jaime Soares.
O Valor entrevistou também o gerente de inteligência de dados da Tex Tecnologia, Genildo Dantas, segundo o qual o seguro tradicional (com cobertura de colisão, incêndio e roubo) tem boa aceitação para veículos com até 10 anos de idade. Já para os de 11 a 15 anos, há queda das ofertas em 10%. E para veículos de 16 a 20 anos, de 30%.
A Tex identificou que, após alcançar o seu valor mínimo em julho de 2021, com taxa média de 3,9% (sobre o valor de mercado do automóvel), o preço do seguro voltou a subir em fevereiro, alcançando o valor de 5,7%. Ainda assim, as seguradoras se deparam com falta e alto do custo de peças de reposição e com a valorização acelerada dos veículos no período.
“O mercado vive uma fase de desarranjo. Na venda da apólice o veículo foi segurado por R$ 50 mil, mas no momento do sinistro pode chegar facilmente em R$ 65 mil para alguns modelos”, aponta o estudo Tex.