Fenacor – 02/09/2021

As vendas de veículos novos caíram pelo terceiro mês seguido, em parte ainda reflexo da falta de modelos nas revendas em razão da escassez de semicondutores. Foram vendidos em agosto 172,8 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, volume 1,5% inferior ao de julho e 5,8% menor do que o de igual mês de 2020. No acumulado, as vendas somam 1,42 milhão de unidades, alta de 21,9% na comparação com o ano passado.

Isolando o segmento de automóveis e comerciais leves, mais afetado pela falta de chips, os resultados são piores, com redução de vendas de 2,3% na passagem de julho para agosto, e de 8% em relação há um ano, para 159,4 mil unidades. No ano, há crescimento de 19,9%, para 1,33 milhão de unidades.

O presidente do grupo Stellantis (Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën), Antonio Filosa, disse ontem que a situação de abastecimento continuará complicada neste ano e que é difícil prever quando haverá solução definitiva. “Isso deve ocorrer no próximo ano, mas não nos primeiros meses”. Apesar das dificuldades com os chips, o grupo Stellantis foi um dos menos afetados. A companhia paralisou alternadamente apenas algumas linhas produtivas da fábrica da Fiat em Betim (MG) por períodos de dez dias. A unidade opera em dois turnos, e a da Jeep, em Goiana (PE), em três.

Essa é uma das vantagens que levaram a Fiat à liderança, antes ocupada pela General Motors. Até agosto, a marca vendeu 306,5 mil automóveis e comerciais leves, o que representa 23% do mercado total do segmento. A participação da segunda colocada, a Volkswagen, é de 15,6%, com 208,6 mil unidades. A Stellantis como um todo vendeu 440,6 mil unidades, ou 33% do total comercializado.

Filosa credita o resultado também aos lançamentos do ano, como as novas Fiat Strada e Toro e o SUV Commander, da Jeep. Este ano ainda chegará o Pulse, primeiro SUV da Fiat na região. “Mantivemos investimentos e lançamentos previstos”.

Ele explicou que o grupo, por ter forte participação nos mercados do Brasil e da América do Sul, tem sido tratado igualmente a outros países na divisão dos semicondutores adquiridos globalmente, o que não ocorre com outras fabricantes locais.