CNseg – Artigo de Marcio Coriolano em 22/06/2021
O risco é algo intrínseco à vida, faz parte do nosso cotidiano. É o acaso, cantado no refrão irônico da música dos Titãs. Existe risco em todo lugar onde há incerteza. Mas nem sempre o risco é perigo.
Há bons riscos. Um casamento é um contrato de risco. Se apaixonar, ganhar em um sorteio, aventurar-se por uma trilha e ser recompensado por uma bela paisagem são alguns riscos que prometem um final feliz.
O problema está quando ele traz uma ameaça, em pequena ou em grande escala. Por exemplo: acidentes e pandemias, como a que estamos vivendo agora.
O risco da finitude tornou-se mais presente na vida das pessoas com a pandemia. Essa foi uma das maiores mudanças. A percepção de que não somos imortais passou a ser preocupação constante da grande maioria da população, embora já fizesse parte das nossas vidas, pois tecnicamente começamos a morrer no dia em que nascemos.
Além da morte, o risco de se contaminar, de adoecer ou de perder algum ente querido, de perder emprego e renda, despertaram a consciência de forma geral. O que é importante para mim agora? E no futuro? Essa pergunta está na cabeça de todos.
E se individualmente as pessoas começaram a se preocupar mais com a sua segurança, do ponto de vista global também atentaram para a preservação de recursos ambientais, para a escassez, com a forma como estamos lidando com a biodiversidade, com um presente onde um vírus não escolhe lugar ou raça.
Tradicionalmente despreocupado com o futuro, uma das consequências da pandemia que estamos vendo em nosso país foi um estímulo à poupança. Cresce a “cultura do seguro”, a cultura de planejamento.
O princípio dos seguros é a capacidade de criar proteção, de planejar a proteção para um futuro cheio de incertezas. Não é à toa que existem vários segmentos e ramos de seguros. Cada um cobre de forma especializada um conjunto de riscos homogêneos: patrimônios, de casas a usinas nucleares; vida, riscos básicos, como o falecimento, até a criação de pecúlios e rendas; saúde, que pode cobrir empresas e indivíduos, e assim por diante.
A gente não pode esquecer do papel fundamental dos seguros na sociedade para minimizar perdas, amparar famílias, indenizar pessoas. A crise que se estende pela economia pegou muita gente desprevenida. Quem tinha se preparado, se deu melhor. Quem perdeu um ente querido e contou com o seguro de vida, teve um apoio financeiro num período tão difícil. Quem tinha seguro saúde, sentiu mais confiança e conforto para enfrentar essa crise. Não é à toa que mesmo com todo impacto econômico, o setor foi um dos poucos que cresceu no ano passado.
O cenário assusta. No entanto, pode deixar importantes lições e legados para a sociedade. Assistimos bons exemplos de cooperação e solidariedade – empresas, governo e sociedade – agindo com responsabilidade, juntos, para combater a pandemia.
O risco tem uma relação íntima com os seguros. É a matéria-prima do negócio. Falamos de risco e não de medo. E o setor segurador é aquele que está atento aos riscos 24h por dia, em todos os dias da semana. Com novos riscos, o setor tem que se reinventar a cada dia para ofertar produtos e serviços que atendam aos anseios da sociedade e possibilitem a mitigação do risco. E isso vai continuar acontecendo pois o mundo continuará criando novos riscos.
Viver é um risco per se. E colaborar para diminuir os impactos dos riscos que fazem parte da vida de cada um é um enorme desafio para o setor segurador, que terá de estar sempre preparado para proteger as pessoas, antecipando imprevistos.
E para aqueles que quiserem entender melhor por que planejar é o segredo para tempos incertos, recomendo a live realizada no Instagram da @CNseg, onde conversei com a jornalista @maraluquet sobre o assunto: https://www.instagram.com/p/CPZFDwPJvEv/
Marcio Coriolano é Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg